quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Poema


Quase soneto


Todos os meus dilemas,
Todos os nós do umbigo
inscrevi em cinco poemas
e me calei na arena dos gritos.

Vendi a alma ao inimigo,
cifrei os segredos da esfíngie
e me atirei no precipício,
fugindo das rotas tortas dos tiros.

Nas cidades, labirinto do sem rosto,
entre mendigos, negócios e novenas,
entrei em cena como um cisto.

Entre os altos e baixos da bolsa,
entre as coxas de Madalena,
encenei a sina de um Sísifo.

2 comentários:

  1. Belo soneto (mesmo no "quase"), oportuno para reler meu íntimo todo em pedras. Aquele abraço.

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  2. "Entre os altos e baixos da bolsa, / entre as coxas de Madalena, / encenei a sina de um Sísifo." E como encenamos essa sina de Sísifo! Muito bom, amigo Paulo. Continue. Quero ver esse teu livro publicado. Como diria o amigo Anônimo: aquele abraço.

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