Você
sabia que a Secult-BA e a Sec-BA estão elaborando um Plano Estadual do Livro e
da Leitura? Os responsáveis pela empreitada, e que encabeçam a Comissão
Executiva e a Presidência, são as duas sumidades que se seguem, ambas
funcionárias da Secult-BA e mulheres de confiança do Sr. Albino Rubim.
A
diretora da Biblioteca Monteiro Lobato, Rosane Rubim, que jamais leu um livro
sequer, é amiga de infância de qualquer pessoa famosa, com algum poder em mãos,
e, como se isso fosse pouco, é irmã do Secretário de Cultura, Albino Rubim, que
a protege em todos os recreios, embora em público só a trate por Rosane, com
receio de pronunciar o próprio nome e ser tomado também por uma alimária.
Laura
Bezerra, que passa as reuniões a declinar um mantra, sempre que é convocada a
opinar: "Acho que devemos ter muito cuidado com certas afirmações".
Desconfia-se de que ela seja um robô e esteja com algum curto circuito
irreparável. É a Bahia na vanguarda da tecnologia!
Esta
ilustre dupla tem o aval do secretário, que, além de fazer da Secult-BA um
laboratório de suas teorias de sala de aula e empossar, sob o incentivo de
altos salários, seus ex-alunos e compadrio do meio acadêmico, tem a pretensão
de, sem ouvir nem consultar os componentes da Rede Produtiva do Livro, criar um
Plano Estadual do Livro e da Leitura. Só se for para boi dormir!
Este
secretário está mais interessado em eleitores do que em leitores, e por isso,
com sua indiferença e seu desdém para com o livro, a leitura e a literatura na
Bahia, promove a falência do setor, empurrando os escritores para os seus
editais burocráticos, cujos recursos ou não são liberados ou o são somente para
alguns, mais iguais que outros. Como bem disse Tostão, certa vez, se referindo
ao técnico Luxemburgo, o Sr. Albino Rubim é do tipo que costuma, no Natal, dar
e receber panetones. Deveria abrir uma padaria, mas que, obviamente, não seria
nada espiritual.
E
neste começo de ano, pós-morte do prof. Ubiratan Castro de Araújo, o secretário
parece, mais do que nunca, desejoso de ajustar para baixo a imagem da Fundação
Pedro Calmon, que, com as ações desenvolvidas nos últimos anos, ofuscou a
Secult-BA e, claro, a figura do próprio secretário, mosca tonta para a benesse
de sua trupe.
É
lamentável que o insigne governador Jacques Wagner, em quem a massa de
eleitores da Bahia depositou todas as esperanças de reformulação social,
educacional e cultural, ainda se deixe enganar por estes“colaboradores” da
cultura baiana. Nós escritores estamos vivos, governador! A Bahia não pode ser
só carnaval e aparência. Nosso estado, como os demais do Brasil, produz
literatura, ideias e pensamentos profundos, que, no entanto, se não são
publicados, morrem por aqui. Ou será que todos pretendemos continuar a alcunha
risível de que esta é a Bahia de Jorge Amado, como arrota, sempre que pode, a
amiga de todo mundo, a Sra. Rosane Rubim?
Mayrant
Gallo, escritor e professor de Teoria da Literatura. Publicou, entre os outros
livros, O inédito de Kafka(CosacNaify, 2003).
Nenhum comentário:
Postar um comentário