"No final das contas, o que importa para o poeta a não publicação de seu
livro, a não divulgação de seu livro, quando o que ele mais queria
conseguiu realizar? A palavra desceu de sua altura, subiu do seu abismo e
o encontrou. Ainda que críticos e leitores não sintam o mesmo na
leitura do poema, e ainda que sua poesia não seja lá essas coisas, o
poeta - aquele que escreve poemas - se sente sempre um Grande, um
Aliviado, um Escolhido: não dos homens, mas dos anjos, de Deus, tão
inefável é o êxtase que experencia."
(Ângela Vilma)
Poema
Fabricar gritos da alma
Recolher vozes da lama
Olhar avaro o beco
Rasurar as formas do verbo
Explorar mapas ancestrais
Transir a cidade fulgás
Recolher do século as cinzas
Lavrar os segredos do mito
Pintar as rotas do céu
Fundir a rosa e o sexo
Tudo isso no autorretrato rabiscado
Num dia triste de chuva.
Obrigado, Poeta, por traduzir, com palavras exatas, uma experiência que não sentia a meses, que me veio com essa coisa acima que chamo poema.
Obrigada amor por vc ainda cismar, e dar a nossa existência uma coisa que só as almas como a sua sabem nominar
ResponderExcluirFico feliz, Paulo André, em estar presente nessa bela página de sua poesia!Parabéns pela riquíssima 'exploração' desses "mapas ancestrais"!
ResponderExcluirGrande abraço.
Grande brinde caro Paulo, voz e verbo em sintonia!!!
ResponderExcluir