Soneto Julgado
Sou eternamente julgado,
Sulgado pelos vórtices da dia.
Aquilo que cria acabado
voluteia num imensa orgia.
O sol, impune, repete
o ato,
o juiz uma vez mais sentencia
O que não se considerava culpado
e às vezes de inocente se fazia.
Assim segue sob o céu cobalto,
desenfreando o automóvel pela via
outros o seguem alucinados
sob a luz clara do meio dia,
pela multidão fria observados,
feito musgo em pedra fria.
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