Não vou fazer nenhum balanço desse ano que estar acabando, nem listarei projetos para o ano novo. Não sei, mas acho que, de uma forma ou de outra, estamos todos fodidos - frase que ouvir de um personagem de Taxi Driver - ou, então, estamos todos redimidos. Recordo de alguns versos que li em uma das aulas de literatura e que aqui parafraseio: mais um ano, menos um ano. 2010 é um ano que se abre, mais é também um ano que fechará muitas vidas, seja sob a máscara de um vírus ou sob a máscara de um tiro. Não sei o que nos aguarda no próximo ano, na primeira esquina que cruzarmos. Mas creio que ainda vale a última frase de Camus no "Míto de Sísifo": "É preciso imaginar Sísifo feliz". Nesta passagem de ano nos vale ainda alguns versos de Khayyam:
A roda gira, descuidosa
dos árduos cálculos dos sábios.
Renuncia aos teus vãos esforços
De seguir o curso dos astros.
Mas sábio e meditares sobre
esta certeza: morrerás
E não sonharás mais, e os vermes
ou os cães comerão teu cadáver.
É isso, que venha 2010.
Aguda e apropriada reflexão para um ano que já nasce velho. Mas assinemos com Camus, ainda que sob a égide de Khayyam. Aquele abraço. T
ResponderExcluirConcordo com T. Aguda reflexão, mas verdadeira. Um abraço, Paulo.
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