quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A hora dos assassinos



Esse é o belíssimo título do ensaio de Henry Miller sobre o Rimbaud. É também a melhor expressão que nomeia o tempo em que estamos imersos. Esta é a hora dos assassinos. Dos estadistas assassinos, da economia assassina, dos assassinos diários, das crianças assassinas, do modo de vida assassino, da arte assassina. É também a hora dos medíocres.

Só nos resta seguir. “Ausentes” (como disse a poetisa Ângela Vilma em seu blog). Estranhos. Revoltados. Da revolta de Albert Camus. Entrincheirados nas melodias, imagens, versos, prosas que escapam à mediocridade geral.

Esta é a hora dos assassinos nos diz a arte de uma tumultuada lucidez.

Esta é a hora dos assassinos. Quanta revolta, quanta desilusão, quanta ânsia! Nada mais que crises, prostrações, alucinações e visões. Estremecem os alicerces da política, da moral, da economia e da arte. O ar está cheio de advertências e profecias sobre a derrocada que se aproxima […]. Chegamos ao fundo? Ainda não. […] Chegou a hora dos assassinos, não há como se enganar. A política transformou-se em negócio de gângsters. Os povos marcham para o céu, mas não cantam hosanas; os que ficaram aqui embaixo estão marchando rumo às filas de pão.